O interesse pelos quintais urbanos nasce da urgência em registrar as dinâmicas que se estabelecem nesses lugares e, mais que isso, se atentar para a soberana presença das mulheres como detentoras dos sabores e saberes ali escondidos. O quintal surge aqui como metáfora para a resistência feminina, para a luta cotidiana contra o apagamento. Assim nasceu o recorte, dentro de muitas possíveis rotas, que se apresenta no projeto O cheiro do gosto.
Belinha transforma o Reinado 13 de maio, no bairro Concordia, em um importante território de salvaguarda material e imaterial de um patrimônio simbólico mineiro.
Lucia mantém uma horta agroecológica na ocupação Tomás Balduíno, no bairro Areias, onde vivem cerca de 300 famílias além da dela. Na terra, ela cultiva os saberes que aprendeu ainda criança e ensina a quem quiser aprender os segredos do manejo carinhoso da plantação.
Simone protege a memória de sua família quilombola e preserva receitas de sua mãe e avó, no quintal compartilhado por todas as casas do Quilombo Souza, no baireo Santa Tereza.
Wanusa ressignifica seus quintais do passado na casa atual, na vila Barragem Santa Lucia.
Entre panelas, cumbucas e o gosto pela cozinha, herança das mães biológica e de criação, ela compartilha segredos entre gargalhadas.
Pelas frestas da cidade, os quintais das mulheres insistem em reexistir.
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Textos e vídeos : Luisa Macedo
Fotos : Luisa Macedo e Rafael Adorján
Desenvolvimento Web : Sara Lana
Consultoria Desenvolvimento : Ewald Santos
Revisão de texto : Laís Velloso
Produção : Flávia Mafra